terça-feira, 11 de setembro de 2012

PRESO CUSTA MAIS QUE ALUNO PARA O ESTADO.

Uma reportagem publicada na edição do jornal O Globo desta segunda (21) revela um dado curioso: o governo federal e os estaduais gastam muito mais com presos do que com estudantes.


Um detento em um presídio federal custa em média R$ 40 mil por ano à União.

Um aluno em um curso superior de universidade federal, R$ 15 mil, ou seja, quase três vezes menos do que o preso.

Nos estados, um preso custa em média ainda mais: R$ 21 mil por ano.

Enquanto isso, um estudante de escola pública de ensino médio (segundo grau), o nível escolar público pago pelos governos estaduais, custa em média R$ 2,3 mil por ano.

Isso é 9,13 vezes menos do que os R$ 23 mil gastos por ano para sustentar cada detento nos presídios estaduais.

É claro que ninguém, nem mesmo preso, deve ser submetido a condições desumanas de vida.

Mas essa diferença tão grande na relação entre o que se gasta para educar nossa juventude e sustentar condenados mostra que algo está, no mínimo, muito errado.

Um bom começo poderia ser a redução do número de pessoas detidas no País.

O Brasil tem 512 mil presos.


Uma população praticamente igual à da rica Ribeirão Preto, no interior paulista.


Trinta e cinco por cento dos homens e 60% das mulheres presos no País estão atrás das grades por crimes pequenos, irrelevantes, quase ridículos, como o roubo de uma besteira qualquer num supermercado ou de um butijão de gás ou galinha numa residência.

E também por ações menores, sem sangue ou morte, no tráfico de drogas. Vapor barato, solta-foguete, vigia, essas coisas.

Essa turma poderia perfeitamente ser punida fora dos presídios, com penas alternativas combinadas com a obrigação de realizar trabalhos sociais como, por exemplo, prestar serviços para instituições de caridade.

Seria mais útil, produziria melhores resultados em termos de recuperação e sairia bem mais barato para o poder público.

Mesmo porque, quando colocado nas universidades do crime que são esses presídios brasileiros, o ladrãozinho de galinha, de arroz ou de chocolate aprende tudo o que não deve e sai de lá bandidão profissa, de verdade, não é mesmo?

FONTE: R7 - COLUNISTA: EDUARDO MARINI

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