quarta-feira, 30 de março de 2011

Casey Heynes - bullying na escola

               Foi divulgado na internet, cenas registradas numa escola australiana, onde pode – se ver o aluno de 15 anos Casey Heynes, sendo agredido por outro aluno, bem menor que ele. Casey leva socos no rosto, aparentemente apanha sem motivo algum, este infelizmente é mais um caso de bullying, fenômeno que vem ocorrendo há algum tempo em escolas do mundo todo, mas este caso em especial, repercurtiu mundialmente porque o agredido – Casey- se rebelou contra seu agressor, o agarrou e jogou – o ao chão, ao cair o garoto quebrou a perna. O vídeo é sucesso na rede, e os comentários são sempre em favor de Casey, ele passou a ser visto como herói.
                Em entrevista a um programa televisivo na Austrália, Casey diz ter agido em legítima defesa, pois era constantemente agredido e humilhado por seus colegas de classe, e que o agressor que aparece no vídeo, surgiu do nada e sem qualquer motivo, se é que poderia haver motivo para tal violência, o esmurrou. Casey, cansado de tantas agressões se rebelou. De agredido a herói, o garoto passou a ser reconhecido em todos os lugares que vai, virou um sucesso.
                Mas o que não vemos na internet, é um debate sério sobre qual é o papel da escola, da família, dos professores neste caso. Há discussões sobre a agressão sofrida por Casey, mas o que poderia ser feito para evitar que chegasse a esse ponto? Não importa se há vilões ou heróis nesta história,  esta história simplesmente não deveria existir, e cabe a escola evitar que mais Caseys apareçam por aí.
                Abrir um debate sério, consciente no ambiente escolar para evitar que o bullying se propague parece um bom começo, respeitar as diferenças, mostrar as crianças que existem diferenças sim, mas que isso não é motivo para humilhações. Professores devem estar atentos a estes casos, claro que fica difícil perceber, quando o agredido se cala, e é normalmente o que ocorre. Mas, há sinais, percebemos aquele aluno que não quer ir pro intervalo, não quer participar de tarefas em grupo, tenta se isolar, o isolamento neste caso pode ser considerado como defesa, manter – se só pode ser considerado seguro para estas crianças, pois seus agressores estão entre seus colegas de classe. Ao perceber casos assim, deve –se chamar 0 aluno para uma conversa juntamente com seus pais. Os pais, em sua maioria, não sabe como lidar com esta situação, o primeiro a se fazer é orientá-los a não revidar a violência, que acabaria por agravar a situação, conversar com a família e explicar que a escola tratará do assunto com os alunos em forma de debate, vídeos e dinâmicas, pode acalmá-los. Pedir aos pais que apóiem seu filho, conversem com ele, e se puderem levar a um psicólogo, com certeza ajudará o trabalho da escola.
                Professores, podem realizar ciclos de debates com os alunos, dinâmicas, onde todos passem pela situação de agredidos e agressores, para que percebam o quão desagradável e esta situação. Trazer reportagens e vídeos para mostrar aos estudantes que o bullying é um mal que prejudica a todos e que deve ser dizimado de nossas escolas. Podemos ainda trabalhar com os alunos a questão do “não aceite ser humilhado, não aceite que seu amigo seja humilhado, denuncie” , incentivar que os alunos revidem os casos de bullying , mas não com violência e sim com palavras, denunciando seus agressores, para que a escola possa tomar todas as atitudes necessárias.

                Tanto o agredido quanto o agressor devem ser assistidos pelos professores, orientados, muitas vezes o agressor entende sua atitude como uma brincadeira inofensiva. Cabe a nós professores, mostrar que isto não é brincadeira, muito menos inofensiva, que são casos de violência que devem ter toda a atenção necessária, tanto para evitar que ocorra quanto para eliminar os que já ocorrem. Não podemos achar que isto é um problema das famílias que não souberam educar seus filhos, devemos sim levar este assunto para dentro da sala de aula. O vídeo do Casey Heynes, pode ser usado para debate em sala de aula, não para julgar quem está certo ou errado, mas para que os alunos percebam até onde pode - se chegar um caso de bullying.
                O bullying deve ser assunto de HTPC, o professor coordenador pedagógico, deve estudar sobre o assunto e debater com os professores como agir nesta situação. Peça na sua escola que este tema seja discutido.  

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